quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Tristeza...ansiedade...tristeza...

Acho que pode ser saudade
Ou pura comodidade
Não penso em nada
E parece que isso piora tudo


Uma estrada sem paradas
Ou parada demais na rota
Acho que pode ser saudade
E o não querer viver do óbvio


Comodidade
Tristeza ao ver injustiças
Disfarce sobre o que está ao seu lado
Conviver com mentira


Isso provoca o nada
E o nada não me agrada
Não agrada a estrada
Que só quer passar...


Evy

sábado, 20 de novembro de 2010

A disseminação da Educação Ambiental em forma de notícia

São 10 anos de um novo século e como estamos lidando com a “sustentabilidade” em nosso planeta? Depois de tantos encontros nacionais e internacionais; de relatórios sobre aquecimento global; muita discussão, algumas ações e a NOSSA PARTE enquanto cidadão individualista, egocêntrico e até mesmo desligado!?!

Então, num recorte mais didático, cito a Educação Ambiental – que por sinal é lei -
 e completou 11 anos no mês abril deste ano. Face a essa aplicabilidade, às vezes, me pego pensando sobre como estamos no avanço da disseminação de informação para a crítica e, logo, ação, a favor do ambiente como um todo: conosco, com a natureza, com a cidade, com todos?

“Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (BRASIL, Cap. I, Art. 1º, 1999).


Hoje lembrei de um programete que fazíamos enquanto equipe do radiojornal universitário Uniderp Notícias, o Minutos da Ciência. Gostava muito de produzi-lo, por este motivo, vamos revivê-lo aqui nestes audiocasts e, quiça em 2011, praticá-los em escolas públicas no cone sul do estado de Rondônia, como projeto de extensão do Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia – Unir/Vilhena. Vamos torcer para que nossas crianças e adolescentes produzam bastante para nosso blog audio e, mais do que isso, que estes estudantes possam se tornar cidadãos críticos e mais ativos nestas questões.


Ao som de Minutos da Ciência (Evelyn Morales e André Lima)

Minutos da Ciência - Aquecimento global


(...)

Minutos da Ciência - Tecnologias para os carros do futuro



(...)


Minutos da Ciência - Desmatamento na Amazônia I



(...)



Minutos da Ciência - Desmatamento na Amazônia II


(...)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Comunicação e educação juntas: por quê não?!

Palavras da coordenadora do III Salão da Iniciação Científica na Educação Básica na escola Joaquim de Lima Avelino, em Ouro Preto do Oeste, professora Denise Verônica de Andrade.



A experiência da palestra sobre comunicação na escola Joaquim de Lima Avelino, durante o III Salão da Iniciação Científica na Educação Básica em Ouro Preto do Oeste, serviu para fortalecer minhas convicções sobre a interface comunicação e educação.

Fotos: Weskley (EEEFM Joaquim de Lima Avelino) e Evelyn Morales
Evelyn e a equipe de professores e gestores da EEEFM Joaquim de Lima Avelino


Particularmente e preconceituosamente mesmo, pensava em não ver no interior de Rondônia tantas boas perspectivas para um avanço tão rápido da aplicação das mídias na escola como vi durante o evento citado.

Surpreendente e encantadora. Essas duas palavras são o resumo do que pude presenciar na prévia da mostra dos trabalhos de professores e alunos da escola de Ouro Preto; e mais, surpreendente e incentivador. Sim...incentivo que todas as escolas necessitam para a promoção de práticas voltadas à análise crítica das mídias e sua utilização na escola, não apenas como uma mero recurso pedagógico, como bem destaca Marciel Consani na obra Como usar o rádio em sala de aula (2007). Promover também a interpessoalidade solidária do saber entre educadores, estudantes, pais, gestores e comunidade do entorno escolar, como enfatiza Marcos Baltar em Rádio Escolar – letramentos e gêneros textuais (2009) ao levantar a tratativa das responsabilidades deste setor no país.


Enfim...estou muito feliz com isso. Sei que uma opinião sofista sobre o assunto não é tão relevante, mas, é isso, estou muito feliz com tudo isso!

Abraços fraternos a todos

Ao som de Juventude e vida (Tim e Vanessa)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Estudantes de Ouro Preto discutem iniciação científica no ensino básico

O termo iniciação científica casaria bem mais com universidade, mas em Ouro Preto do Oeste, município a 330 km de Porto Velho, estudantes da escola estadual Joaquim de Lima Avelino mostram que é no ensino básico que se aprende e aplica os primeiros passos do mundo da pesquisa científica.

Com o tema “Aprender a aprender”, o III Salão de Iniciação Científica na Educação Básica começou na terça (9) e segue até quinta-feira (11) com palestras, apresentação de artigos científicos produzidos por alunos dos ensinos fundamental e médio da própria escola.

Texto e fotos: Evelyn Morales

Uma das coordenadoras do evento, professora Denise Verônica de Andrade, explica que esta é uma maneira de preparar os alunos para que saibam, conheçam e vivenciem a produção científica antes de cursar o ensino superior. “Eles estão empolgados com toda a produção que envolve pesquisa de diversos assuntos relacionados às disciplinas, em suas respectivas séries. Ao final, eles produzem vídeos, roteiros e impressos com as informações estudadas, além de comunicarem esta atividade através da elaboração de um artigo científico”, explica Denise.

Na noite de abertura, a professora da Evelyn Iris Leite Morales Conde, do Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia, ministrou uma palestrante sobre a importância de saber se comunicar na escola ao utilizar as mídias no processo de ensino-aprendizagem. “Renomados autores destacam que a tecnologia da informação e comunicação são importantes aliadas na produção diferenciada de conhecimento, e foi isso que levantei na palestra para que os professores e alunos saibam do valor de suas produções na escola Joaquim de Lima”, enfatizou Morales, que também atua como bolsista-pesquisadora do programa Mídias na Educação em Rondônia.

O auditório da escola ficou lotado com a participação de alunos, pais, professores e convidados que ficaram entusiasmados com a apresentação dos projetos que foram desenvolvidos este ano. Cada professor responsável mostrou os principais objetivos de cada trabalho aplicado.


As atividades do III Salão de Iniciação Científica continuam nesta quarta (10), a partir das 19h, com oficinas e a palestra “A importância da formação continuada do profissional da educação para melhoria da qualidade da Educação Básica”, ministrada pelo secretário-adjunto do Ministério da Educação, Francisco Fernandes; e na quinta (11), às 19h, com apresentações do posters elaborados pelos estudantes iniciadores científicos da escola.



Ao som de Across the universe (The Beatles)

domingo, 7 de novembro de 2010

Nada vai mudar meu mundo...

Você já encontrou seu par?
Una os universos, mas não tente mudá-los.


Aumenta o som:


(...)


Words are flowing out like endless rain into a paper cup,
They slither wildly as they slip away across the universe.
Pools of sorrow, waves of joy are drifting through my openedmind,
Possessing and caressing me.
Jai guru deva. Om.
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Images of broken light which dance before me like a millioneyes,
They call me on and on across the universe.
Thoughts meander like a restless wind inside a letter box,
They tumble blindly as they make their way across the universe
Jai guru deva. Om.
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Sounds of laughter, shades of love are ringing through my openedears
Inciting and inviting me.
Limitless undying love, which shines around me like a millionsuns,
And calls me on and on across the universe
Jai guru deva. Om.
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Jai guru deva...

Ao som de Across the Universe (The Beatles)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Nós que aqui estamos por vós esperamos!

Interessante um relato do aluno de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Tales Rangel, na passada Jornada da Comunicação do Dejor...ele me fez lembrar da primeira vez que assisti ao vídeo de Marcelo Masagão "Nós que aqui estamos por vós esperamos". Quando fiz Tele I, na cadeira da profa. Dra. Gladis Linhares, este filme me fez refletir sobre tantas inutilidades da minha vida, mas...inutilidades muito importantes, como bem expôs Masagão nesta grande obra. Paradoxal, não!?
Neste mês de novembro, resolvi visitá-los...????...visitá-los, quem, cara-pálida? Eles quem nos visitam. 
Que estejam na LUZ!


Texto e fotos: Evelyn Morales
 Libertam-se...

...sEM culpa...não EM vão... 

...VÃO... 

 ...eles SE vão...

 ...eLes se vÃo...

...a ceRa tamBém!



Ao som de Angel (Jimi Hendrix)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Jornada da Comunicação: 2011 com data marcada

As atividades da Jornada da Comunicação, organizada pela equipe de professores do Departamento de Comunicação Social – Jornalismo (Dejor) da Universidade Federal de Rondônia (Unir) de Vilhena, foram encerradas no último sábado (23), mas continuam dando o que falar. A começar pelo ineditismo do evento no curso e a reunião de mais de 90 congressistas entre acadêmicos, professores, pesquisadores e comunicadores sociais de vários segmentos e empresas jornalísticas de Rondônia. “Este tipo de evento tem que acontecer sempre para termos noção do que está acontecendo nos bastidores da profissão e da produção jornalística em nosso Estado”, comentou o representante acadêmico, Sandro Mello, e complementou: “Assim podemos ver as formas diferentes de trabalhar, para aprendermos e errarmos aqui na universidade, enquanto estudantes”.

Foto: Evelyn Morales

Com o tema Perspectivas para o Jornalismo: Academia e Mercado, o objetivo da Jornada da Comunicação foi alcançado: discutir nuances do jornalismo nos campos teórico e prático em Rondônia. Prova deste debate foi a gama de atividades que preencheu os três dias de evento (21, 22 e 23). “Esta Jornada é uma maneira de aproximar dos alunos a realidade do mercado de jornalismo em Rondônia, não só em Vilhena; e fazer com que haja, de fato, uma troca de experiência entre quem está no mercado e quem está na academia”, enfatiza a chefe do Dejor, profa. Me. Andréa Cattaneo, que agradeceu o empenho da equipe de professores e alunos e ao apoio da direção do campus, representada pela profa. Dra. Maria do Socorro Pessôa.

Foto: Evelyn Morales

O dia do encerramento foi marcado com a continuidade das oficinas de Documentário: o caso Interoceânica, ministrado pela jornalista da TV Rondônia, Emanuela Palma, que demonstrou aos presentes a importância da construção do roteiro e a crítica na escolha de temáticas complexas, que segundo a profissional, “exige muita pesquisa e rigor, e isso, com certeza, pode-se conseguir com um bom embasamento ancorado nas teorias estudadas na universidade”.

Foto: Camila Lermen Maiolino

O sábado foi dia também de complementação das comunicações científicas, com apresentação de artigos de acadêmicos e professores da instituição. Foi o momento de mostrar os conteúdos referentes às pesquisas desenvolvidas em âmbito acadêmico, como a proposta do estudante Talles Rangel, que apresentou um estudo sobre a utilização da linguagem narrativa no documentário Nós que aqui estamos por vós esperamos (1998), do diretor Marcelo Masagão.





No fim da tarde, a jornalista e diretora do cineclube Cineoca, Simone Norberto, expôs sobre a dinâmica do cineclubismo nacional e estadual, o que animou aos presentes na palestra. Norberto respondeu a perguntas sobre como montar um cineclube e deixou um recado simples e animador para o público: “Se você tiver vontade, os filmes, um lugar simples para reproduzi-los e, pelo menos, duas pessoas, já é possível tornar real um cineclube. É preciso uma periodicidade e ideias para expor nas discussões ao fim de cada exibição”.

Para fechar a Jornada da Comunicação, no início da noite, o pátio de entrada da Unir em Vilhena virou palco da apresentação de quatro esquetes teatrais, cumprindo assim o cronograma de atividades científicas, expositivas e culturais do evento. “Ano que vem vamos dar continuidade a este evento, provavelmente no fim do segundo bimestre de 2011, antecedendo ao Intercom Norte, congresso científico de comunicação que muito nos interessa para novas trocas de experiências”, declarou o vice-chefe do Dejor, prof. Me. Sandro Colferai.

A Jornada da Comunicação, Perspectivas para o Jornalismo: Academia e Mercado contou ainda com a realização da palestra de abertura sobre o mercado jornalístico em Rondônia, ministrada pelo ex-editor chefe do jornal Diário da Amazônia, Guarim Liberato; além de uma série de oficinas de crítica e prática de documentário, jornalismo cidadão, radiojornalismo escolar e comunitário, filosofia e ética na comunicação, editoração e arte gráfica e comunicação do serviço público. Houve também a realização da mesa-redonda sobre as perspectivas do jornalismo em Rondônia que contou com a participação dos jornalistas Guarim Liberato, Emanuela Palma, Luiza Archanjo e o representante acadêmico, Sandro Mello, sob mediação do prof. Me. Sandro Colferai.

Por profa. Me. Evelyn Morales

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Recursos naturais diminuem em ritmo alarmante

14/10/2010 - 11h10
Por Redação WWF-Brasil


As últimas análises demonstram que as populações de espécies tropicais estão em queda livre e a demanda humana por recursos naturais sobe vertiginosamente e chega a 50% a mais do que o planeta pode suportar.  Isto é o que revela a edição de 2010 do Relatório do Planeta Vivo, da Rede WWF, publicação que apresenta a principal pesquisa sobre a saúde do planeta.

O relatório bianual da Rede WWF, produzido em colaboração com a Sociedade Zoológica de Londres e a Global Footprint Network, utiliza o Índice do Planeta Vivo para medir a saúde de quase 8 mil populações de mais de 2.500 espécies.  Esse índice mundial demonstra uma redução de 30% desde 1970.  O declínio é mais acentuado nas regiões tropicais, onde se verifica uma queda de 60% em menos de 40 anos.

“É alarmante o ritmo da perda de biodiversidade que se verifica nos países de baixa renda, em sua maioria situados  nos trópicos, enquanto o mundo desenvolvido vive num falso paraíso, alimentado pelo consumo excessivo e elevadas emissões de carbono”, declarou Jim Leape, diretor geral da Rede WWF.

O Relatório mostra que, em algumas áreas temperadas, houve uma recuperação promissora de populações de espécies -- graças, em parte, ao aumento dos esforços de conservação da natureza e a um melhor controle da poluição e do lixo.  No entanto, nas áreas tropicais, houve uma queda de quase 70% nas populações aquáticas (água doce) que foram rastreadas – esse percentual corresponde ao maior declínio já mensurado em quaisquer espécies, em áreas terrestres ou nos oceanos.

“As espécies são a base dos ecossistemas,” afirmou Jonathan Baillie, diretor do Programa de Conservação da Sociedade Zoológica de Londres.  “Ecossistemas saudáveis constituem as fundações de tudo o que nós temos – se perdemos isso, destruímos o sistema do qual depende a vida”, completou Baillie.

A Pegada Ecológica -- um dos indicadores utilizados no Relatório -- demonstra que a nossa demanda por recursos naturais duplicou desde 1966 e que utilizamos o equivalente a um planeta e meio para sustentar nossas atividades.  Se continuarmos a viver além da capacidade do planeta, até 2030 precisaremos de uma capacidade produtiva equivalente a dois planetas para satisfazer os níveis anuais da nossa demanda.

"O Relatório demonstra que, se as tendências atuais de consumo forem mantidas, chegaremos a um ponto sem retorno,” acrescentou Leape.  A conclusão é de que “seriam necessários quatro planetas e meio (4,5) para atender a uma população mundial num estilo de vida equiparável ao de quem vive hoje nos Emirados Árabes Unidos ou nos Estados Unidos."

O carbono é o principal culpado por levar o planeta a usar uma espécie de “cheque sem fundos” ecológico.  Nossa pegada de carbono aumentou de forma assustadora e nesses últimos 50 anos multiplicou-se por onze. Isso significa que hoje o carbono é responsável por mais da metade da Pegada Ecológica mundial.

Os dez países com a maior Pegada Ecológica per capita são: Emirados Árabes Unidos, Catar, Dinamarca, Bélgica, Estados Unidos, Estônia, Canadá, Austrália, Kuwait e Irlanda.  O Brasil ocupa a 56º posição neste ranking.

Os 32 países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre os quais se incluem as mais ricas economias mundiais, são responsáveis por quase 40% da Pegada mundial.  Os países do BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – têm o dobro dos habitantes dos países da OCDE e, segundo o Relatório, sua Pegada per capita atual segue na mesma trajetória da OCDE; se for mantido esse modelo de desenvolvimento, o BRIC irá ultrapassar o índice per capita da Pegada da OCDE.

"Países que mantêm um nível elevado de dependência dos recursos (naturais) colocam em risco sua própria economia”, alertou Mathis Wackernagel, presidente da Global Footprint Network. “Os países que conseguem proporcionar um nível mais elevado de qualidade de vida com a menor demanda ecológica atenderão o interesse mundial e, mais do que isso, vão se tornar os líderes de um mundo com recursos limitados”, completou Wackernagel.

O Relatório mostra novas análises que comprovam que o declínio mais agudo da biodiversidade ocorre em países de baixa renda.  Em menos de 40 anos, esses países sofreram uma queda de 60% em sua biodiversidade.

A maior Pegada é a dos países de alta renda. Em média, a Pegada desses países é cinco vezes maior do que a dos países de baixa renda.  Isso sugere que o consumo em nível não-sustentável das nações mais ricas está baseado, em grande parte, no esgotamento dos recursos naturais das nações mais pobres; e que, muitas vezes, essas nações mais pobres são também as mais ricas em recursos naturais e estão situadas em regiões tropicais.

O Relatório do Planeta Vivo (RPV) mostra, também, que uma grande Pegada e um elevado nível de consumo – muitas vezes mantido às custas dos outros – não se refletem num nível elevado de desenvolvimento.  O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas -- baseado na expectativa de vida, renda e nível de instrução – pode ser alto em países com uma Pegada média.

O RPV aponta as soluções necessárias para garantir que o planeta possa aguentar a população mundial que, segundo projeções, será de mais de nove bilhões de pessoas em 2050.  Entre as questões críticas a serem abordadas para reduzir a Pegada incluem-se a dieta e o consumo energético, assim como maiores esforços para valorizar e investir em nosso capital natural.

“O desafio colocado pelo Relatório do Planeta Vivo é bem claro”, disse Leape.  “Precisamos, de alguma maneira, encontrar uma forma de satisfazer as necessidades de uma população crescente e cada vez mais próspera e, ao mesmo tempo, nos manter dentro dos limites dos recursos deste planeta, que é um só. Precisamos, todos nós, encontrar uma maneira de fazer melhores escolhas em nosso consumo e em nossa forma de produção e uso de energia", concluiu.

Desafio do Brasil é crescer sem destruir

O Brasil possui uma alta biocapacidade, mas isso não nos coloca em uma situação confortável.  As mudanças nos hábitos de consumo da população brasileira e a demanda crescente por produtos agrícolas têm pressionado os recursos naturais, aumentado a Pegada Ecológica do país. Hoje, a média de consumo da população brasileira já chega a 2,1 hectares por pessoa e a soma do consumo de todas as pessoas mostra que no Brasil já estamos consumindo mais de um planeta.

Esse modelo é insustentável e preocupante. “A redução da desigualdade com aumento do poder aquisitivo da população brasileira é uma conquista positiva. No entanto, também nos coloca frente a um grande desafio que é o de crescer sem esgotar nossos recursos naturais”, destaca a Secretária-Geral do  WWF-Brasil, Denise Hamú.

As riquezas naturais são parte dos ativos necessários ao crescimento econômico que estamos presenciando, mas deve existir sempre um equilíbrio entre o que é consumido e o que a natureza pode prover.  Para Hamú, esta é a principal mensagem do Relatório Planeta Vivo 2010.“O estudo é uma ferramenta importante para os tomadores de decisão estimularem uma economia de baixo carbono, uma economia verde, criando novas oportunidades de crescimento para o País e protegendo os serviços ecossistêmicos que são a base de nosso desenvolvimento econômico”, afirma.

O Relatório traz indicadores que apontam  o quanto está sendo consumido - a pegada ecológica e a pegada hidrológica - e o quanto o planeta pode prover em recursos naturais renováveis - a biocapacidade.  “O desafio será manter esses fatores balanceados para que possamos garantir um desenvolvimento sustentável no Planeta”, diz o coordenador do Programa Pantanal do WWF-Brasil, Michael Becker.

Segundo ele, para que haja esse equilíbrio, além de políticas de proteção de áreas importantes para as espécies, é importante valorizar produtos sustentáveis e certificados e aperfeiçoar mecanismos de monitoramento que possibilitem a redução de impactos, como o cálculo da Pegada Ecológica pelas cidades.

Versão brasileira
A versão em português do Relatório Planeta Vivo 2010 está disponível no endereço http://www.wwf.org.br/informacoes/bliblioteca/?26162/Relatrio-Planeta-Vivo-2010
Esta é a primeira vez que o relatório é traduzido integralmente para este idioma.

(Envolverde/WWF-Brasil)

Aumenta o som: CALM LIKE A BOMB (Rage Against the Machine)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

I Encontro da História da Mídia da Região Norte

Esclarecedor e muito esperado. Assim poderia ser definido o primeiro dia do I Encontro da História da Mídia da Região Norte, pelo fato de ter se passado uma década de eventos promovidos pela Alcar – Associação de Pesquisadores da História da Mídia - em todos os cantos do país, menos na ala Norte.
Descaso? Falta de produção científica localizada? Falta de apoio? Poucas instituições interessadas? Talvez a resposta seja única: comprometimento local para encarar este desafio.

A responsabilidade de reunir estudiosos e o acate à prerrogativa de que a região Norte também faz parte do contexto histórico no que diz respeito à comunicação, aos processos midiáticos, são joias de expressivo quilate. Poderia então tal região produzir, e mais, mostrar à comunidade científica e em geral - fora do eixo Amazônico - suas pesquisas e o que a mídia tem a contar com auxílio da voz de quem a viu, ouviu, quem a acompanhou, quem ajudou a inserir conteúdo, quem recebeu suas informações, enfim. Já estava na hora desta organização. Já é hora dessa união a favor da história da mídia na região Norte.

Na cerimônia de abertura do evento, que aconteceu no histórico 7 de outubro de 2010, no Centro Universitário Integrado de Ciência, Cultura e  Arte – CUICA, auditório integrante da Universidade Federal do Tocantins – UFT, em Palmas, estudantes, pesquisadores, professores e profissionais da mídia local puderam analisar a importância do resgate e registro histórico midiático da região.

Compondo a mesa, reitores da UFT e Unitins, coordenadores do evento e do curso de Jornalismo da Federal, representação da Alcar e a conferencista da noite, profa. Dra. Dulcília Buitoni, que falou sobre Memória, espaço e mídia, temática central do encontro.

Nas palavras de Buitoni “falar de mídia é falar de tempos pessoais, tempos culturais”, referindo-se a preocupação imediata da região Norte em ter encontrado sua proposta para começar a mostrar esta história, destes tempos que já existiam, das pessoas que já movimentam a mídia há muitos anos nesta localidade. A professora foi além ao indicar que a inovação pode estar sim no passado, e assim, gerar bons frutos de ideias suplantadas há muito. “É preciso valorizar o contexto das culturas e das pessoas. Historizar a oralidade, o que quem viveu tem para contar”, destaca a conferencista que é integrante da primeira turma de Jornalismo da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo ECA/USP de 1970.

Antes da fala da Dra. Buitoni, o reitor da UFT, o prof. Dr. Alan Barbiero citou a escola de Frankfurt, e assim, traçou um momento histórico importante no processo da crítica da comunicação de massa ao falar sobre a manipulação midiática no contexto histórico da Alemanha nazista. “É interessante observar, perceber a relação entre os meios de comunicação, a sociedade e a história”, arremata Barbiero.

Na mesma linha de raciocínio, a coordenadora do evento, profa. Dra. Edna Melo Silva, enfatizou a reunião de grupos de pesquisas de todas as universidades da região Norte para compilar informações, gerar dados, estimular a troca de experiência e saberes com o intuito de fortalecer a pesquisa da mídia regionalmente. “Temos que fazer uma conexão com o que desenvolvido na região Norte; e não é porque o Tocantins é um estado novo, que não há história. Há e assim, tomamos como um desafio este encontro”, pronuncia Dra. Edna, que segue as considerações para a presidente da Alcar, profa. Dra. Marialva Barbosa, que expõe a satisfação do Tocantins ter aceitado a missão deste encontro, destacando a jovialidade do estado e o paradoxo na relação história e tempo de vida do local.

O evento segue na sexta-feira, 8 de outubro, com apresentações de artigos científicos, que são classificados em Iniciação Científica (acadêmicos) e Grupos de Trabalhos (pesquisadores e professores); e antes, com a mesa-redonda sobre Memória da mídia da região Norte com a participação de Netília Seixas (UFPA), Edileuson Almeida (UFRR), Fátima Roriz (OJC) e Marluce Zacariotti (UFT)

A Universidade Federal de Rondônia – UNIR também participa do evento, com a apresentação do artigo Rádio de poste em Rondônia: o fuxico eletrônico ultrapassa seis décadas no ar no GT História da Mídia Sonora, de autoria da profa. Me. Evelyn Morales.

O evento encerra com a mesa-redonda sobre Espaço da mídia na região Norte com representantes das entidades participantes.


Ao som de CHARLIE (Red Hot Chili Peppers)


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dejor | Unir realiza Jornada da Comunicação












21/10 quinta-feira:

19h30 Palestra abertura
Guarin Liberato
(Editor-chefe Diário da Amazônia)

22 e 23/10 sexta | sábado (manhã):

8h-11h30 Oficinas

- Documentário Binacional: o caso “Interoceânica”

Emanuela Palma (Editora TV Rondônia)

- Comunicação no Serviço Público

Luiza Archanjo (Assessora MPF/RO)

- Design e Editoração Gráfica

Tallisson Lopes (Assessoria Unir)

- Comunicação Comunitária

Me. Antônio Carvalhal (Uniron)

- Filosofia e Ética no Trabalho Jornalístico
Ivanor Guanieri (Unir) e Ediovani Gaboardi (Unir)

- Radiojornalismo Escolar e Comunitário  
Me.Claudemir da Silva Paula (Unir)

22/10 sexta-feira:


14h-17h30 Comunicações científicas

19h Mesa redonda: Perspectiva do Mercado de Jornalismo em  Rondônia
Guarin Liberato (Editor-chefe Diário da Amazônia)
Luiza Archanjo (Assessora MPF/RO)
Emanuela Palma (Editora TV Rondônia)
Sandro Mello (representante discente)
Me. Sandro Colferai (mediador - Unir)

23/10 sábado:


14h-15h30 Comunicações científicas


17h Palestra Cineclubismo na Amazônia
Simone Norberto (Pres. CineOca/Assess.TJ/RO)

18h Encerramento


PARTICIPE!


Inscrições de 04 a 13 de outubro. 

Acesse: http://jornadadacomunicacao.blogspot.com/p/inscricoes.html

..........
Ao som de A FONTE (Vozes Eternas)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

No ar, de volta a ativa ou só por não estar na ativa...

(risos)
Olá minha gente!

Quão difícil atualizar este blog, não?!
Há quem diga que é um paradoxo tê-lo
Se blog é para atualizar
Qual sentido detê-lo?!

Sem muita faladeira
Sigo rápido e rasteiro
Quero alimentá-lo sempre
Mas que preguicinha fazê-lo...

Tudo bem, tudo certo e nada resolvido
Essa frase é meu apelo
Gosto de deixar tudo no ar
Inclusive as rádios a semear

Semear apaixonados
De som e imaginação
Afinal de contas, gostar da preguiça
E pensar só com a cabeça é muito bom!!!

SOFISME!


Passarela Joaquim Macedo (Rio Branco, Acre, 2010)
Foto: Evelyn Morales



Ao som de Times like these (Jack Johnson)

sábado, 5 de junho de 2010

...

Delírio
(Gerson Conrad – Paulinho Mendonça)

Não vou buscar a esperança
Na linha do horizonte
Nem saciar a sede do futuro
Na fonte do passado
Nada espero e tudo quero
Sou quem toca sou quem dança
Quem na orquestra desafina
Quem delira sem ter febre
Sou o par e o parceiro
Das verdades
A desconfiança
 
Foto: Evelyn Morales na travessia AC/RO
















Ouça SECOS & MOLHADOS no volume máximo! Delire...

quinta-feira, 29 de abril de 2010

RO é finalista de Prêmio Nacional de Jornalismo

Com o título “Educação e Comunicação, por que não?!”, o documentário radiofônico produzido pela jornalista Evelyn Morales é um dos finalistas da 10ª Edição do Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo. O material é o único representante da região Norte e compete na categoria Rádio com emissoras do Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Sergipe.

O documentário, veiculado em dezembro de 2009 na rádio educativa Cultura FM (107,9), trata dos desafios do educador da rede pública de ensino de Rondônia com a introdução das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) nas escolas. O material relata um diário de bordo - resultante de viagens aos municípios de Vilhena, Rolim de Moura, Ji-Paraná e Porto Velho - traçando características do ensino-aprendizagem no programa Mídias na Educação, que capacita mais de 150 educadores para utilização de rádio, televisão, internet e impresso nas escolas.

A divulgação dos finalistas aconteceu nesta quarta-feira (28). Foram inscritas 1.516 matérias, envolvendo 682 jornalistas de 217 veículos de todo o Brasil. Os vencedores do Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo serão conhecidos no segundo semestre de 2010.

GP Ayrton Senna de Jornalismo – Desde março de 1997, o Prêmio é uma iniciativa do Instituto Ayrton Senna e tem como principal objetivo reconhecer e estimular repórteres e editores de jornal, revista, rádio, TV e internet na produção de trabalhos que contribuam para a melhoria da educação.


Cursistas do Programa Mídias na Educação de Vilhena

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Mídia, celebridades, solidariedade

Por Washington Araújo em 20/1/2010

Enquanto a consciência de que somos cidadãos do mundo não vem, resta aplaudir o bom exemplo que vem de fora. Refiro-me ao terremoto que feriu de morte o Haiti na terça-feira, 12 de janeiro. Eram 16h30 em Porto Príncipe, capital haitiana, e o programa A Voz do Brasil estava na metade quando o futuro foi arrancado debaixo dos pés de cerca de 100 mil pessoas. Chegando aos 7 graus na escala Richter, o epicentro dos tremores que teria sido a apenas 10 quilômetros de profundidade foi localizado a cerca de 22 quilômetros da capital.

O palácio presidencial, vários hospitais, dezenas de prédios e até a catedral de Porto Príncipe vieram abaixo. O céu encobriu por completo as nuvens e tudo, em segundos, eram apenas cinzas e fumaça. Caos e devastação aliaram-se à miséria e à violência com que se debatia o país mais pobre do Ocidente. As cenas da destruição podiam eclipsar os efeitos visuais aplicados ao último exemplar do cinema catástrofe, 2012. Nas telas observávamos a engenhosidade dos que sabem das manhas e artimanhas das novas tecnologias, mas na vida os plantões jornalísticos, telejornais e revistas eletrônicas de variedade trouxeram para dentro de nossas retinas dores e angústias extremadas, imagens que capturavam o próprio fio da vida se esvaindo por entre escombros, vidas soterradas por toneladas de cimento e aço.

Por algumas vezes não consegui conter as lágrimas enquanto espremia os olhos para ver o buraco focalizado pela teleobjetiva e a insistente pergunta da repórter: "Tem alguém aqui? Estamos ouvindo uma voz saindo daqui!" E havia, sim, uma voz. Era, naquele caso, de uma enfermeira de nome Jean-Baptiste, de 46 anos, três dias entrevada naquele buraco que antes fora berçário dos recém-nascidos do hospital. Não foi muito divulgado mas dois outros tremores secundários – de 5,9 e 5,5 graus, respectivamente – foram sentidos no país logo após o primeiro terremoto.

Escaramuças diplomáticas
No Brasil, o foco voltou-se imediatamente para a dor verde-amarela. Dezesseis militares brasileiros tiveram suas vidas interrompidas no desempenho da nobre missão a eles conferida pelas Nações Unidas em 2004: manter a ordem e a segurança no Haiti. E dois civis ilustres: a médica sanitarista Zilda Arns e o diplomata Luiz Carlos da Costa, o número 2 da missão da ONU no Haiti.

Zilda Arns tinha encerrado uma palestra em uma igreja em Porto Príncipe quando o tremor começou e morreu ao ser atingida na cabeça por uma laje. Luiz Carlos da Costa, que tinha 60 anos, dedicou sua vida à causa da paz, ingressando no sistema Nações Unidas contando apenas 21 anos de idade, e morreu na sede da Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah), em Porto Príncipe, conhecida como Hotel Christopher, que ficou completamente destruído pelo tremor.

Essas duas figuras simbolizam muito do Brasil que queremos ter. Zilda Arns, ao fundar a Pastoral da Criança, entidade da igreja católica, em princípios dos anos de 1980, criou e difundiu métodos simples que conseguiram estancar enormemente a mortalidade infantil e suas ações pioneiras correram mundo. A verdade é que o soro caseiro é o outro nome da nossa Zilda Arns. O diplomata Luiz Carlos guarda imensas semelhanças com seu colega de ofício e de trágico destino Sérgio Vieira de Mello, morto em atentado no Iraque em 19 de agosto de 2003. Foram estes os dois brasileiros que atingiram os postos mais elevados na administração das Nações Unidas.

Tendo o tremor afetado bastante a estrutura de telecomunicações, por causa disso as informações sobre vítimas e danos chegaram a conta-gotas e, no mais das vezes, desencontradas. Na falta de notícias de primeira linha em se tratando de catástrofes naturais (número de vítimas, nomes das vítimas, resgate de sobreviventes, ações emergenciais de governo), o jornalismo ensaiou algumas escaramuças diplomáticas dando conta que autoridades estadunidenses, controlando o espaço aéreo de Porto Príncipe, não autorizavam – ou dificultavam – o pouso de aviões brasileiros com ajuda humanitária. Ban Kim Mon, o secretário-geral da ONU, afirmou que esta era "a maior tragédia na história da Organização".

"Catástrofe humana"
Algo que chamou minha atenção foi a pronta resposta das celebridades à urgência do momento. Infelizmente não tenho conhecimento pela imprensa de ações louváveis de celebridades brasileiras. Vejamos alguns exemplos luminosos desses que frequentam as páginas de jornais e revistas, que aparecem constantemente em programas de entrevistas e de variedades tanto em emissoras de televisão quanto de rádio; como eles assumem uma dimensão de solidariedade compatível com sua "estatura midiática".

Oprah Winfrey está apoiando vigorosamente a campanha da Cruz Vermelha Internacional em favor do Haiti, incentivando milhões de seus espectadores a fazerem doações à entidade. A primeira-dama dos Estados Unidos Michelle Obama anunciou que 48 horas após o terremoto em Porto Príncipe havia já levantado 5,9 milhões de dólares em apoio também à Cruz Vermelha. Angelina Jolie e Brad Pitt anunciaram que sua fundação estava doando de imediato 1 milhão de dólares para a organização internacional Médicos Sem Fronteiras aplicar em ações de socorro à população haitiana.

Nicole Kidman e Maggie Gyllenhaal, durante a 67ª edição do Globo de Ouro, não titubearam em aproveitar a noite de gala para pedir donativos para o povo do Haiti, usando inclusive um laço azul, vermelho e amarelo como símbolo de apoio ao devastado país. O cantor espanhol Alejandro Sanz, a partir de seu blog pessoal, vem estimulando os fãs a apoiarem economicamente o Haiti e dedicou aos haitianos seu sucesso "Tu no tienes alma". Outros artistas foram a campo arrecadar contribuições por meio de telefones celulares – é o caso do músico de hip-hop haitiano Wyclef Jean e o ator Ben Stiller, que vem reunindo donativos para a organização não-governamental Save the Children.

Os desportistas também não ficaram de braços cruzados: o lendário ciclista Lance Armstrong, por meio de sua fundação LiveStrong, se comprometeu a entregar 250 mil dólares a Médicos Sem Fronteiras. Uma constelação de estrelas de Hollywood apresentará no próximo 22 de janeiro uma espécie de telemaratona nacional através do canal MTV que se chamará "Esperança para o Haiti". Detalhe: o programa será exibido em horário nobre (20h) e terá como anfitrião George Clooney, a partir de Los Angeles, enquanto o rapper Wyclef Jean comandará em Nova York e o apresentador da CNN, Anderson Cooper, continuará a apresentação diretamente de Porto Príncipe.

O twitter disse a que veio: além de inflar o ego de celebridades que disputam popularidade pelo termômetro do número de seguidores mostrou ser uma rede social bem desenhada para o exercício da solidariedade e da bondade humanas. O casal de atores Demi Moore e Ashton Kutcher pediu às pessoas que façam doações ao Unicef, assim como Nicole Ritchie, a filha do cantor Lionel Ritchie. Apelos a doações também foram lançados pelo rei do hip-hop Sean Combs, mais conhecido como P. Diddy, pela atriz Jessica Alba, pelo rapper e ator LL Cool J e pelo grupo Artists for Peace and Justice, que tem entre seus integrantes o diretor de cinema Oliver Stone e os atores Josh Brolin, James Franco e Charlize Theron. "Não posso insistir o suficiente sobre a catástrofe humana que representa este terremoto", declarou o ex-vocalista da banda de rap Fugees, conclamando as pessoas a "agir agora".

Para onde olhar
Este é o momento adequado para se provar que não é apenas doença que contagia; saúde também contagia. É possível que algumas das nossas celebridades já tenham aberto a bolsa e o bolso (e também o coração, antes de tudo) para apoiar o Haiti. Mais do que palavras de consolo, o que eles necessitam é de alimentos, remédios, abrigo, roupas e tudo o que possa tornar mais suportável a vida de milhares (falam em milhões) de sobreviventes que perderam pais, avós, irmãos e irmãs, filhos e filhas, netos e netas nessa trágica abertura da segunda década do século 21.

Alguns podem até dizer que a humildade os impede de informar a natureza de seu apoio às vítimas do Haiti. Mas não se pode esquecer o efeito que um bom exemplo tem sobre a população. E é isso o que importa. Com tantas listas feitas por revistas semanais informando das "100 mais" isso, as "100 mais" aquilo, não seria o momento de sabermos o que essas "100 mais" estão fazendo ou planejam fazer por esses condenados da Terra?

Quando a TV Globo e a TV Record farão uma pausa em suas escaramuças e, juntas, cada um para seu público fiel e infiel, farão uma maratona da solidariedade, investindo pesado em atrações, trazendo seus talentosos e bem pagos artistas para pedir donativos para o sofrido povo haitiano?

E as empresas que gastam fortunas dia a dia, hora a hora, semana a semana, não poderiam suspender seus gastos com publicidade por uma semana e – todas juntas – enviar toda a dinheirama ao Unicef, Unesco, Acnur, Cruz Vermelha, Médicos Sem Fronteiras para aplicação imediata na construção de hospitais, orfanatos e asilos em toda a extensão de Porto Príncipe?

Quantos apresentadores poderiam enviar seus vistosos rolex para o Unicef? Esperaremos que Madonna retorne ao Brasil e saia daqui com um cheque de 10 milhões de dólares para apoiar sua organização Success For Kids numa nova causa humanitária?

E qual poderia ser um bom trabalho da imprensa? Divulgar com garra e determinação toda essa movimentação e dar uma pausa, por breve que seja, aos temas ditos polêmicos do PNDH-3: interesses contrariados do agronegócio, menção ao aborto como caso de saúde pública, compromisso dos meios de comunicação com a defesa e promoção dos direitos humanos.

Queremos falar de direitos humanos? É para o Haiti que devemos olhar. Afinal temos, queiramos ou não, um destino comum a partilhar.

Utilização do texto na íntegra. Disponível em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=573IMQ011